A prática sistêmica por meio da meditação

 O que do meu passado atua no presente me impedindo de construir a realidade que eu desejo e um futuro melhor?

Através dos campos mórficos recebemos hereditariamente padrões emocionais e físicos, reconstruímos situações de ancestrais distantes, criamos relacionamentos idênticos aos vividos - e sofridos - em outras gerações. Sentimos dores que não combinam com nossa história pessoal. Angústias e ansiedades que também nos parecem estranhas.

Certamente recebemos também heranças que podem ser positivas em muitos aspectos, pois todo o aprendizado dos antepassados serve às próximas gerações. 

Se observarmos nossa família a partir de uma meta posição, podemos então identificar alguns destes padrões que podemos chamar de "sintomas", que podem se mostrar como falta de prosperidade, falta de amor, dificuldades nos relacionamentos e até mesmo doenças e acidentes repetidos por membros da família, entre tantos outros. E quando damos conta, nos vemos repetindo ações dos nossos avós, vivendo as mesmas experiências dos nossos bisavós e por ai em diante.

Porém, existe um movimento maior que busca um equilíbrio saudável e também nos impulsiona para modificar efetivamente e definitivamente estes padrões que estão na matriz mórfica, hereditária, da nossa família e de todas as famílias. Uma consciência que leva ao movimento de evolução da raça humana, pois quando cada indivíduo olha para seus sintomas e busca uma solução, esta solução leva uma cura em nível sistêmico para sua família, mas também esta família faz parte de um sistema maior e isso tudo coloca a humanidade no caminho de um novo status quo.

Nesta esfera individual de consciência, podemos sentir nitidamente dois movimentos: o de manter o vínculo, ou seja, repetir tudo aquilo que aquela família tem como certo, bom e seguro, mesmo que seja extremamente doloroso e limitante. E o movimento de ganhar mais espaço, conquistar coisas novas, diferentes, é a autonomia com relação aos padrões familiares. 

Explicando melhor, o movimento de manter o vínculo tem como força motriz uma consciência mais arcaica, que tenta manter tudo como é, cada um no seu lugar, repetindo aqueles padrões familiares por gerações! Por outro lado, a autonomia se alimenta num nível mais amplo e amoroso de consciência, ela mostra novos caminhos, mostra formas de evoluir e quebrar antigos padrões que não servem mais.

Sim, então podemos pensar em um primeiro momento que devemos buscar esta autonomia em detrimento do vínculo. Mas isso também não nos leva para um lugar seguro! Pois precisamos do vinculo para manter nossa essência de ser humano, indivíduo capaz de viver socialmente, de manter nosso lugar no grupo e respeitar o lugar dos outros. Sozinhos, não sobrevivemos! Muitas vezes, enlouquecemos! Certo, mas se nos mantermos agarrados ao nosso grupo familiar, mantendo com unhas e dentes nosso lugar ali, nosso vínculo, não evoluímos! E aí se apresenta uma das dialéticas que vivenciamos nesta experiência humana.

Sendo assim, a busca pelo equilíbrio entre vínculo e autonomia, ou podemos dizer, também, vivenciar plenamente experiências sistêmicas e experiências individuais, é que irá nos mover por este novo caminho de desvendar emaranhados que criaram padrões sistêmicos e curá-los e ao mesmo tempo descobrir coisas novas, ainda não participantes do campo da nossa família, enriquecendo assim o banco de dados mórfico no nosso sistema. 

Equilíbrio entre vínculo e autonomia é o que nos impulsiona a curar nosso passado e construir um futuro melhor, e não só para cada um individualmente, mas para a raça humana!

Aproveito e compartilho com vocês uma meditação para este tema:

Padrões familiares, vínculo e autonomia

  • Fechar os olhos e entrar em contato com seu pai e sua mãe. Imagine-os à sua frente.
  • Imaginar atrás do seu pai os seus avós e atrás deles, seus bisavós. O mesmo com a sua mãe.
  • Expandir agora deixando chegar a energia de muitas gerações atrás dos bisavós de ambas famílias.
  • Sentir que você também faz parte destes dois campos familiares.
  • Imagine agora que há um bom recurso* ao seu lado que também olha para todas estas gerações da família do seu pai e da família da sua mãe.
  • Você então olha para este recurso e diz:
    • Eu (seu nome), em nome da minha família de origem e das famílias (dizer o sobrenome dos avós paternos e maternos, se souber mais sobrenomes, dizer também) peço agora que todos os padrões limitantes transferidos por hereditariedade a mim e aos demais membros da minha família sejam agora liberados.
    • Peço a todos os ancestrais que olhem com amor para meus pais, tios, irmãos, primos e para as gerações depois de mim (filhos, sobrinhos, netos e sobrinhos-netos, caso já os tenha)
    • Àqueles que de alguma forma foram lesados e sofreram por ações de meus antepassados, peço perdão em nome de minha família. Sinto muito pelo destino de vocês.
    • Àqueles prejudicaram intencionalmente ou involuntariamente membros de minha família desta ou de outras gerações e com isso permaneceram vinculados ao meu sistema familiar, eu banho com a redenção e perdão incondicional estes atos e os libero a todos. 
    • Em nome de minha família, aceito também o perdão em nome de todos os antepassados.
    • Neste momento, envio amor a todos meus antepassados e minha eterna gratidão àqueles que, através do amor incondicional, contribuíram para a evolução e crescimento da minha família e, assim, da minha própria evolução.
  • Faça então uma leve reverência inclinando sua cabeça para todos estes antepassados. Permaneça sustentando e emanando amor e gratidão à eles.
  • Imagine então que todos eles também fazem uma reverência à você. Inclinam sua cabeça e sustentam o sentimento de gratidão ao serviço que você acabou de prestar a todo o seu sistema familiar.

*Recurso - uma energia espiritual que zela pelo seu sistema familiar, dentro da sua crença. Pode ser um anjo, um santo ou uma pessoa querida que cuidava de todos e já desencarnou ou outra ajuda que você goste de invocar.

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