Empatia sistêmica e acolhimento ao cliente de Constelação Familiar

"A Constelação Familiar é um método terapêutico que visa descobrir os efeitos de acontecimentos e destinos."

J.R.SCHNEIDER

 


Quando falamos em Constelação Familiar, e aqueles que já participaram de grupos saberão do que se trata, há uma força maior que sustenta o trabalho, que cria um campo e conecta os representantes e envolve a todos os presentes.

Certamente também neste trabalho há uma técnica envolvida, porém ela fica em segundo plano, pois como tão bem explica Jakob Schneider assim como no processo de criação de um poema, de uma música ou pintura a técnica está presente, mas o que está em primeiro plano é a criatividade do artista, na Constelação é necessidade de curar algo que já se manifestou ou a necessidade de buscar algo. E nesta necessidade que se encontra a força que sustenta o trabalho e conduz o cliente, os representantes e o terapeuta.


"A técnica, no caso das constelações, serve simplesmente para distinguir entre "como" se conduz uma constelação familiar e "o que" se revela aí, em termos de dinâmica da alma."

J.R.SCHNEIDER

 

Segundo Bert Hellinger, criador das Constelações Familiares, há uma força que nos conduz de uma maneira boa se nos entregarmos a ela. Se compreendermos como ela nos conduz, podemos confiar nela. Por esse motivo, por exemplo, não é necessário concluirmos tudo quando trabalhamos com alguém (em uma constelação). A partir do momento em que um movimento é iniciado e tiver a possibilidade de continuar sem que alguém de fora intervenha, a constelação segue o fluxo. Para isso, tanto constelador quando cliente precisam soltar, abandonar de verdade o desejo de que algo fantástico aconteça ou de que haja uma compreensão sobre aquilo que a Constelação trouxe à tona. Quando liberamos o "controle" e deixamos algo maior agir sem nossa interferência é que a Constelação acontece no que Hellinger chama de "movimento do espírito".

Mas não é tão simples assim! Pessoas buscam a Constelação quando algo não está bem, quando realmente precisam de ajuda e nem sempre vão conseguir ir para um centro vazio dentro de si, onde possam abandonar o desejo de que algo bom aconteça e desapegar de querer compreender, entender a Constelação. Aí é que entra o papel do constelador para auxiliar neste processo. Alguns ainda modelam o "jeito alemão" dos professores e muitas vezes esquecem que somos brasileiros, que temos uma maneira diferente de pensar e sentir a vida e que tratamento de choque não vai ajudar, pelo contrário!

Além da empatia sistêmica, que nos mostra como todos fazem parte independentemente do que fizeram, precisamos ter a amorosidade com o cliente, afinal é ele quem deu o primeiro passo, no seu sistema, para buscar uma luz, então merece ser acolhido e respeitado.

 

Claudia Vassão

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